O valor da avaliação formativa

October 4, 2020Nearpod Team

O primeiro de uma série de blogs dedicados a Pesquisas por trás do Nearpod. 

Sua resposta completa à pergunta, “Quais ciências do aprendizado serviram como base para as decisões de design do Nearpod?”

Avaliação formativa: o que é qual a sua importância. 

Quando os professores pedem que seus alunos demonstrem com regularidade sua compreensão durante uma aula, os alunos ficam ativos na experiência do aprendizado e podem consolidar ou aplicar seu conhecimento. Isso é muito importante, pois permite que o professor adapte sua forma de ensino na hora, atendendo as necessidades de seus alunos com base nesses insights. (Black & William, 1998). 

O papel dos dispositivos smart na avaliação formativa. 

Sabemos o valor pedagógico de uma avaliação formativa consistente, mas ela se tornou uma prática complicada para se implementar regularmente para os professores com prioridades conflitantes. Ou seja… até aparecerem os dispositivos smart. Na verdade, Ian Beatty, da University of Massachusetts-Amherst, foi um dos primeiros a ilustrar como os dispositivos smart pessoais, nas mãos de professores e alunos, conseguiram transformar drasticamente a capacidade de entregar e analisar os resultados da avaliação formativa (2004).

Como o valor da avaliação formativa transformou o Nearpod.

 Em 2012, três amigos, Guido Kovalskys, Emiliano Abramzon, e Felipe Sommer se juntaram para criar uma ferramenta (que rufem os tambores!) que pudesse ajudar os professores a gerenciar os dispositivos smart, cada vez mais disponíveis em suas escolas, em busca do poder da avaliação formativa e envolvimento do aluno. O que resultou no Nearpod era originalmente uma plataforma de ensino com base na avaliação formativa e em slides, que exigia um servidor (conhecido como “módulo”) local (conhecido como “próximo”) instalado em uma sala de aula para conectar uma série de dispositivos iPod touch da sala de aula ao dispositivo do professor. Mesmo no ambiente restritivo do protótipo inicial, os professores mostraram tanto entusiasmo e demanda que os fundadores sabiam que haviam criado um potencial divisor de águas para os educadores.

O design da plataforma inicial foi inspirado por um volume cada vez maior de pesquisas sobre os impactos positivos da avaliação formativa consistente e das melhores práticas para implementá-los (Engle & Conant, 2002). No começo, os professores apresentavam aulas Nearpod a partir de seus dispositivos, os quais sincronizavam slides de informações e algumas opções de avaliações formativas (questões discursivas, quizzes de múltipla escolha, ou enquetes) nos dispositivos dos alunos. O Nearpod permitia que os professores compartilhassem dados de avaliações e respostas individuais com o resto da classe, deixando os alunos mais ávidos por demonstrar sua compreensão. Os professores também conseguiam acessar dados da avaliação formativa após cada sessão (por sala de aula ou aluno específico) em relatórios criados pelo Nearpod. Nos primeiros dois anos, o Nearpod registrou centenas de professores que geraram milhares de respostas de alunos. Mesmo assim, a equipe em crescimento sentia que ainda tinha um longo caminho a seguir em termos de opções de diversificação para as avaliações, para garantir que todos os alunos estivessem sendo convidados para a experiência de aprendizado, maximizando o envolvimento da sala de aula.

Por que é importante oferecer opções diversas para avaliar a compreensão dos alunos.

Não importa se uma avaliação formativa é benéfica: fazer a mesma coisa repetidamente pode ficar chato e trazer um impacto negativo no envolvimento da sala de aula. Avaliações formativas realmente eficientes devem entregar uma variedade de tarefas para medir a compreensão do aluno (Ames, 1992). A entrega diversificada de avaliações está associada a fortes ganhos emocionais e cognitivos nos alunos (McLaughlin & Yan, 2017). Essa pesquisa inspirou a equipe Nearpod na construção de uma suíte mais completa de avaliações interativas que pudesse ser adicionada a uma aula Nearpod. O Nearpod adicionou Fill-in-the-blanks (Preencha os espaços em branco) e Matching Pairs (Pares correspondentes) para melhor esquematizar as respostas dos alunos nas avaliações de identificação/definição de níveis.

A introdução do Collaborate! permitiu que os alunos pudessem ver e interagir com respostas escritas por colegas, recriando o conceito de um “estacionamento” digitalmente educativo e atualizando as respostas em tempo real. Um estudo de 2010 mostrou que as oportunidades para usar “truques” durante uma experiência de aprendizado aumentavam a probabilidade de retenção de informações (Andrade, 2010). O recurso draw-it (desenhe) foi criado como forma de fortalecer os alunos que preferem expressar sua compreensão de formas criativas. Os alunos podem enviar desenhos em uma tela em branco ou em uma imagem de fundo carregada pelo professor. O recurso rapidamente se tornou um favorito tanto de professores quanto de alunos.

Como a mídia de referência pode oferecer suporte e esquematizar o aprendizado do aluno.

Para cada avaliação interativa, tentamos fazer o melhor para removermos quaisquer potenciais impedimentos para se responder uma pergunta. Um estudo descobriu que um maior acesso a conhecimentos anteriores indispensáveis melhora os resultados das avaliações on-line (Fuchs et al., 2000). Da mesma forma, o Nearpod desenvolveu a habilidade para que os professores adicionem mídias de referência, como uma imagem, um vídeo, um site, ou até mesmo uma gravação em áudio da voz de um professor, às avaliações interativas, para oferecer mais informações de referência.

Promover a inclusão e reduzir os preconceitos durante o ensino.

Nem todo aluno deseja levantar a mão em público, e este popular método de questionamento significa que muitos ficam para trás durante avaliações formativas. Os sistemas de resposta de alunos aumenta a participação e inclui os participantes inseguros. (Graham et al., 2007) O Nearpod desenvolveu um recurso para deixar as respostas dos alunos anônimas para promover uma maior participação e reduzir os sentimentos de vulnerabilidade (Caldwell, 2007). Nas aulas Nearpod, as barreiras que não permitem a entrada na participação são reduzidas quando se compara com levantar sua mão na sala de aula.  Um estudo descobriu que os professores podem maximizar os resultados do aprendizado e promover a inclusão ao permitir que os alunos enviem gravações de áudio ao invés de respostas por escrito (Dalton, Herbert, & Daysher, 2003). O Nearpod está desenvolvendo um recurso onde os alunos podem enviar respostas de áudio a uma questão discursiva. Cheryl Staats argumenta que cada educador entra na sala de aula com um certo grau de preconceito implícito, que se manifesta em quem é chamado para responder, em quem se acredita e em atitudes gerais da sala de aula (2016). Pode ser difícil identificar isso, quanto mais eliminar por completo, mas a tecnologia pode desempenhar um papel importantíssimo na democratização da participação em sala de aula.

Os professores confirmam o fato de que mais alunos participam, e participam com consistência, em aulas Nearpod quando comparamos com aulas tradicionais. No ano letivo de 2019, o Nearpod registrou 310.856.643 insights de avaliações de 381.884 salas de aula em todo o mundo, cada uma delas fornecendo com eficiência a professores mais transparência sobre uma gama mais ampla de alunos em suas salas de aula.

Trabalhos citados na base de pesquisa

Black, P., & Wiliam, D. (1998). Assessment and classroom learning. Assessment in Education: principles, policy & practice, 5(1), 7-74.

Engle, R. A., & Conant, F. R. (2002). Guiding principles for fostering productive disciplinary engagement: Explaining an emergent argument in a community of learners classroom. Cognition and instruction, 20(4), 399-483.

Ames, C. (1992). Classrooms: Goals, structures, and student motivation. Journal of educational psychology, 84(3), 261.

McLaughlin, T., & Yan, Z. (2017). Diverse delivery methods and strong psychological benefits: A review of on-line formative assessment. Journal of Computer Assisted Learning, 33(6), 562-574.

Andrade, J. (2010). What does doodling do? Applied Cognitive Psychology: The Official Journal of the Society for Applied Research in Memory and Cognition, 24(1), 100-106.

Fuchs, L. S., Fuchs, D., Karns, K., Hamlett, C. L., Dutka, S., & Katzaroff, M. (2000). The importance of providing background information on the structure and scoring of performance assessments. Applied Measurement in Education, 13(1), 1-34.

Graham, C. R., Tripp, T. R., Seawright, L., & Joeckel, G. (2007). Empowering or compelling reluctant participators using audience response systems. Active Learning in Higher Education, 8(3), 233-258.

Caldwell, J. E. (2007). Clickers in the large classroom: Current research and best-practice tips. CBE—Life Sciences Education, 6(1), 9-20.

Dalton, B. D., Herbert, M., & Deysher, S. (2003, dezembro). Scaffolding students’ response to digital literature with embedded strategy supports: The role of audio-recording vs. writing student response options. Trabalho apresentado no 53º Encontro Anual da National Reading Conference, Scottsdale, AZ.

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